Primeiro Capítulo
Eulália Iemanjá estava perto da morte. Nos arredores de Lisboa, exercia a profissão de bruxa, aconselhando os clientes sobre males do espírito e do corpo. Manou Artides a visitara imbuído de curiosidade científica e padecendo também de um mal estranho à sua própria existência. Sua filha, Noémia Iemanjá, mostrara-se em todo o seu esplendor ao interromper a consulta para dar o número da conta bancária onde se iria depositar o dinheiro. Artides ficou com o seu número de conta e conseguiu junto de um amigo bem colocado em instituições bancárias, a sua morada e número de telefone. Um dia, pois, resolveu telefonar-lhe. Contava não que Iemanjá lhe curasse dos males, mas sim Noémia, Iemanjá também todavia. Apresentou-se como amigo de um conhecido comum e adiantou que precisava de lhe falar a sós, pois era detective privado e ela corria perigo de vida. Ela ficou espantada e talvez um pouco assustada e isso só aguçou o seu desejo. (continua)
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