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Mostrando postagens de outubro 10, 2010

Testamento Filosófico

Amei. Por isso posso morrer e estar morto em paz. Morri aos poucos, em cada decepção. As justificação para o fracasso de não ter sido um prémio Nobel, um santo doutor da Igreja, um grande académico são muitas. Mas não vou falar delas aki. O que deixei neste terreno infértil que pisei: palavras, poucas as ditas, poucas as escritas. Queria ter ido mais longe, porém o sofrimento e uma personalidade estranha a mim mesmo com que me estranhava todos os dias me impediu. Talvez não tivesse tido o ambiente propício, mas a literatura, como a vida, não é uma batalha, por isso somos racionais. Amanhã estarei morto. Estarei fazendo chantagem? Que ficará de mim? Não me interessa, palavras. Pelos menos tenho a vívida impressão de que quis ser um deus, sempre foi o meu projecto, mas para isso teria de me ter adaptado. Escrevi desalmadamente durante anos. Sem freio e direcção. Onde cheguei? A um lugar de solidão que não sei será nos dias que correm castigo ou prémio. Entretanto, se tivesse forças, supr