Se a solidão me invade, o que poderei fazer senão amar o próximo, o que poderei fazer, se a noite cai, e o frio pousa sob meus ossos, o que poderei fazer para aquecer o coração? Não economicamente viável, dizia-se do homem e dos seus actos, o seu comportamento não arrastava simpatias, talvez tivesse o coração congelado, mas não, haveria de percorrer o mundo, haveria de fazer vingar os seus imensos sonhos, o passado perseguia-o como uma sombra, as energias faltavam, a sua luta era quixotesca, um dia, um dia teria felicidade, pois compreendera na solidão e do sofrimento, a sua condição, um dia o sol brilharia ao ponto de não ver sua sombra, a pique, sob o seu corpo adulto, e choveria logo a seguir, regenerando a mãe terra as suas sementes, acabaria num florilégio diverso, abraçado a sua amada, abraçado a uma outra vida. Muitas das vezes deixamos andar Não nos preocupamos com o amanhã Dizemos que o medo de ontem será O medo de amanhã Quando menos esperamo
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